É verdade que herdamos diversos componentes genéticos dos nossos pais quando nascemos, mas será que existe uma hereditariedade com relação ao gosto musical? De acordo com um estudo recente publicado na Nature Communications, nossos genes podem influenciar, sim, o gosto pela música — ou até mesmo por determinado tipo de música.
Pelo menos é o que garantiram os cientistas do Instituto Max Planck de Psicolinguística, como o candidato a doutorado Giacomo Bignardi. Primeiro autor da pesquisa, Bignardi explicou que seu interesse era observar as diferenças genéticas sobre a musicalidade humana (via Vice): “[Os cientistas] queriam entender se as diferenças genéticas entre indivíduos podem resultar em diferenças no prazer que as pessoas obtêm da música e o que essas diferenças podem nos dizer sobre a musicalidade humana em geral.”
Para descobrir os resultados, os pesquisadores usaram uma abordagem de estudo que basicamente compara características entre gémeos idênticos e fraternos (ou dizigóticos/bivitelinos).
Eles analisaram mais de 9 mil “recompensas musicais” auto-relatadas por gémeos, incluindo factores como a sensibilidade geral, a sensação de recompensa e a capacidade de perceber características musicais (por exemplo, tom, melodia e ritmo), além da forma de reação à música (dançar, cantar, etc).
Gosto musical pode ser herdado geneticamente?
Durante o processo, os cientistas perceberam que a experiência de prazer com a música é parcialmente genética, incluindo a maneira como respondemos às nossas reações emocionais.
Para Bignardi, a pesquisa nesse sentindo está apenas começando: “Essas descobertas sugerem um quadro complexo no qual as diferenças de DNA parcialmente distintos contribuem para diferentes aspectos do prazer musical. Pesquisas futuras que analisam qual a parte do genoma que contribui mais para a capacidade humana de apreciar música têm o potencial de lançar luz sobre a faculdade humana que mais confundiu Darwin e que ainda nos confunde hoje.”
