Plugins vs Equipamento Analógico: o hardware realmente soa melhor?

Plugins vs Equipamento Analógico
Quase todos os dias, surge um novo plugin de estilo analógico no mercado, prometendo um som autêntico. Como justificar, então, o investimento em pré-amplificadores e processadores de hardware? E onde é que estes se encaixam na produção musical atual?

Plugins vs Equipamento Analógico: Custos
Ao montar um estúdio de gravação, depara-se imediatamente com o dilema entre software e hardware. Para ter uma perspetiva clara, pelo mesmo preço de um pré-amplificador de microfone 1073 e de um compressor 1176, poderia adquirir o FabFilter Total Bundle, Soundtoys 5, NI Komplete Ultimate, iZotope RX Advanced, Soothe 2, AltiVerb 8 XL, Melodyne Studio e Auto-Tune Pro.

Plugins vs Equipamento Analógico: Manutenção ou Atualizações
Se optar por hardware moderno de alta qualidade, em vez de equipamento vintage, os custos de manutenção são praticamente inexistentes. O compressor, pré-amplificador ou unidade de equalização que comprar funcionará de forma consistente, independentemente do software DAW que utilizar. Embora alguns possam argumentar que um estabilizador de corrente é um custo adicional para garantir uma alimentação elétrica estável, as fontes de alimentação dos equipamentos profissionais são extremamente fiáveis.

Por outro lado, se o hardware incluir um sistema operativo digital ou interface, as atualizações de firmware são geralmente gratuitas. Já o software funciona de maneira diferente. Seja por melhorias de desempenho ou compatibilidade, acabamos por pagar atualizações anuais para manter o software mais utilizado sempre atualizado.

Por isso, antes de comprar software, é importante verificar quanto irá gastar anualmente. Acredite ou não, há até equipamentos de hardware que exigem uma subscrição anual para aceder ao software complementar. Fique atento a estes custos ocultos e às marcas que não hesitam em adotar estratégias puramente lucrativas.

Plugins vs Equipamento Analógico: O Som
A diferença sonora entre processamento analógico e digital é um tema debatido há muito tempo. No entanto, a verdade é que mesmo os engenheiros de topo teriam dificuldade em distinguir entre os dois numa mistura bem executada.

Mesmo que misture através de uma mesa de som cheia de equipamentos externos, o seu material de origem continua a ser, na maioria dos casos, ficheiros digitais vindos do Pro Tools ou de outro DAW.

É inegável que certos equipamentos de hardware conferem características sonoras únicas ao sinal. No entanto, um engenheiro experiente pode alcançar resultados semelhantes com facilidade. Além disso, o ambiente digital permite adicionar saturação analógica apenas em partes específicas da mistura, em vez de aplicar o efeito a toda a faixa.

Se todos os ouvintes fossem audiófilos com sistemas de reprodução topo de gama, talvez isto fizesse diferença. Mas, na realidade, a maioria das pessoas ouve música através de colunas de portátil ou AirPods. Portanto, esperar que um ouvinte consiga identificar que deveria ter usado um Chandler Germanium Compressor na guitarra, em vez de um plugin, é completamente irrealista.    

Plugins vs Equipamento Analógico: Veredicto
A quantidade de equipamento analógico ou plugins que deve usar no seu estúdio deve depender inteiramente do que é mais relevante para o seu processo criativo. As escolhas de equipamento para uma banda ao vivo de quatro elementos serão bastante diferentes das de um artista de música eletrónica a solo. Se cria os seus sons com hardware, tem a oportunidade de adicionar mais equipamento externo à cadeia de sinal durante a gravação.

Por outro lado, se todos os seus sons são gerados através de samples digitais e instrumentos virtuais, tentar integrar hardware no processo pode ser contraproducente e até prejudicar o seu fluxo criativo. Uma área que beneficia sempre de uma cadeia de hardware é a gravação de vocais, pois a capacidade de moldar o sinal na entrada é extremamente útil para criar contraste entre versos e refrões empilhados.

No final do dia, há uma verdade que se mantém independentemente do tipo de equipamento utilizado: o verdadeiro poder de qualquer software ou hardware está na habilidade do utilizador e nas ideias canalizadas através do processo. Forçar-se a usar um plugin ou unidade de hardware apenas por obrigação pode acabar por atrasá-lo, a menos que se torne uma peça essencial do seu fluxo de trabalho.