Só há duas fábricas de discos em Portugal, esta nova e outra que também nasceu no Porto e no ano passado se transferiu para Leiria, depois de ser vendida. Um dos antigos sócios criou agora a AudioWax.
Agora, há duas fábricas em Portugal. Uma delas está em Leiria, a Grama Pressing, mas antes disso funcionava precisamente no mesmo armazém da periferia do Porto, na Maia, onde está esta nova, até ser vendida no ano passado a novos donos, que a transferiram para a cidade onde agora labora.
Um dos antigos sócios da Grama, Jorge Álvares, quis continuar no mesmo sector e agora tem ao seu lado neste novo projecto quem já foi seu cliente e conhece bem o underground portuense e nacional, tanto como músico como promotor de concertos ou na edição de discos.
Uma dessas figuras é Pedro Frade, que quem está familiarizado com o universo mais extremo do metal conhecerá por Zé Pedro, baixista e fundador dos Holocausto Canibal, entre muitas outras bandas, e da editora Larvae Records. A outra é Pedro Junqueiro, vocalista e fundador dos Booby Trap, banda de thrash metal da década de 1990, e da editora Firecum Records. Aos três, juntou-se o engenheiro de som Manuel Garcia, que trocou Espanha por Portugal para se juntar à AudioWax.
Jorge Álvares já conhecia há algum tempo Pedro Frade e Pedro Junqueiro, como clientes, ainda quando a Grama estava no Porto, porque os dois têm editoras. O segundo, conta, já queria há algum tempo entrar no negócio, mas nunca chegou a acontecer. “Fui ficando na lista de espera. E só aconteceu agora com a nova fábrica”, conta.
Já Pedro Frade acabou por entrar quando foi a casa de Jorge ouvir uns discos de teste, antes de seguirem para a prensa. “Perguntou-me se conhecia alguém que estivesse interessado em juntar-se”, recorda. Acabou por se juntar ele.
Desde que decidiram andar para a frente, já com local para a fábrica, mas a começar do zero com nova maquinaria, passou “um mês e meio”. Tempo recorde? “Com o conhecimento técnico do Manuel e o conhecimento comercial do Jorge, tínhamos como objectivo pôr a fábrica a trabalhar em três semanas”, afirma Pedro Frade. “Normalmente, uma fábrica destas, a começar do zero, demora entre três a seis meses a pôr a funcionar”, sublinha Jorge.
Sobre o mercado do vinil, os sócios da fábrica dizem estar em crescimento todos os anos. Há uns anos regressou, com alguns saudosistas coleccionadores a juntarem-se a quem nunca deixou de coleccionar música neste formato. Mas, dizem, há cada vez gente mais nova a comprar gira-discos.
