Após o encerramento das atividades em 1987, os Smiths não se reuniram novamente.
Segundo Morrissey, uma proposta para retomar a banda até surgiu para o ano que vem. Porém, apesar de aceitá-la, Johnny Marr recusou.
Em agosto, o vocalista publicou a respeito da oferta em seu site oficial. À época, escreveu falando de si em terceira pessoa:
“Em junho de 2024, a AEG Entertainment Group fez uma oferta lucrativa para Morrissey e Marr visando uma turné mundial como ‘The Smiths’ ao longo de 2025. Morrissey disse sim à oferta; Marr ignorou a oferta. Morrissey fará uma turné com ingressos esgotados pelos EUA em novembro. Marr continua em turné como convidado especial dos New Order.”
Pouco depois, o guitarrista resolveu rebater o antigo colega. Por meio de um comunicado, o músico desmentiu inúmeras acusações e explicou de forma simples e direta: “Quanto à proposta de turné, eu não ignorei a oferta – eu disse não.”
De qualquer maneira, Morrissey recentemente retomou o assunto e explicou por que queria que a ideia tivesse ido para a frente. Durante entrevista a Fiona Dodwell para o Medium, o cantor afirmou que a vontade surgiu por achar que “todos estão envelhecendo” e que seria a última oportunidade de agradecer aos fãs da banda pelo apoio.
Deixando claro o desafeto com o outro integrante, ele disse: “Concordei [em reunir os Smiths] porque parecia que seria a última vez que algo assim seria possível. Todos nós começamos a envelhecer. Achei que a proposta da turné seria uma boa maneira de dizer obrigado àqueles que ouviram o que de repente parece uma vida inteira. Não foi porque eu tinha qualquer apego emocional ao Marr. Eu absolutamente não tenho nenhum[…]. Ele me parece tão inseguro e medroso quanto era na década de 1980.”
Johnny Marr e reunião dos Smiths
À BBC Radio 2 em 2022, Johnny Marr afirmou que as chances de trabalhar novamente com Morrissey seriam “zero”. Segundo transcrição da NME, o guitarrista disse que ambos conversaram pela última vez diretamente “há cerca de 18 ou 15 anos”. A conversa aconteceu pouco depois de o vocalista publicar uma carta aberta, pedindo para que o antigo companheiro de grupo parasse de mencioná-lo em entrevistas.
No mesmo ano, ao The Guardian, o músico também revelou que, no passado, os colegas de banda não discutiam política. Porém, caso estivessem juntos, “provavelmente” iriam zangar-se por isso agora.
De qualquer maneira, o próprio contou na sua autobiografia “Set the Boy Free” (2016) que uma reunião dos Smiths quase aconteceu em 2008 (via BBC). Ele e Morrissey discutiram a ideia e entenderam que o reencontro “deixaria muita gente feliz”, mas “a desconfiança permaneceu” entre os dois. Com a morte do baixista Andy Rourke em maio do ano passado, a questão parece ainda mais impossível.
Sobre a banda
Com Morrissey e Johnny Marr, os Smiths lançaram quatro álbuns de estúdio entre 1984 e 1987, quando encerraram actividades – e ao contrário do que seria esperado e desejável nunca regressaram. Inúmeras desavenças e discordâncias motivaram a separação à época.
Fundindo o pós-punk com influências do rock dos anos 1960 tornaram-se um dos grupos mais importantes a emergir da cena britânica independente de todos os tempos, influenciando as gerações posteriores. Todos os discos da banda entraram no top 5 do Reino Unido.
