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O debate atual sobre os direitos de autor na inteligência artificial está a intensificar-se: os governos da União Europeia e do Reino Unido estão a planear alterações legislativas que poderão ter consequências de grande alcance para as profissões criativas. No futuro, os desenvolvedores de IA poderão utilizar material protegido por direitos de autor para treinar os seus modelos, a menos que o titular dos direitos se oponha explicitamente. Mas muitos profissionais criativos vêem isto como uma ameaça perigosa aos seus meios de subsistência.

Direitos de Autor e IA Repensados: Cresce a Crítica – Profissionais Criativos Exigem Verdadeira Proteção para o Seu Trabalho
As propostas para rever a legislação sobre os direitos de autor em IA são motivadas pela enorme importância dos dados no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial. Para reconhecer padrões e correlações, estes sistemas precisam de quantidades massivas de material de treino, que muitas vezes inclui textos, imagens ou música. A abordagem dos governos baseia-se na ideia de que uma situação legal pouco clara desencoraja o investimento das empresas em tecnologias de IA. A autorização explícita para utilização de dados, com um direito de exclusão (opt-out), pretende criar um ambiente favorável à inovação. No entanto, esta abordagem tem sido fortemente criticada por desafiar os fundamentos tradicionais dos direitos de autor.

Do ponto de vista das indústrias criativas, é particularmente problemático que o ónus de impedir o uso indevido das suas obras recaia inteiramente sobre os próprios criadores. Como muitos artistas apontam, não existe atualmente um mecanismo eficaz de proteção das suas criações. Exemplos na União Europeia demonstram que até os sistemas de opt-out existentes são frequentemente ineficazes, devido à ausência de normas claras e de mecanismos de controlo funcionais. No que toca aos direitos de autor na IA, várias vozes críticas – incluindo autores de renome como Nina George e associações como a UK Music – alertam que esta legislação ameaça expropriar o trabalho criativo em benefício de um número reduzido de empresas tecnológicas.

Há Risco de os Direitos Criativos Serem Entregues às Grandes Empresas Tecnológicas?
Além disso, os obstáculos técnicos tornam quase impossível implementar um mecanismo de exclusão eficaz. As obras são hoje distribuídas por todo o tipo de plataformas na Internet, redes sociais e outros canais, o que impossibilita os artistas de monitorizar ou impedir todas as formas de utilização. De igual forma, a incapacidade dos modelos de IA em remover fontes individuais de dados após o treino dificulta ainda mais a aplicação prática dos direitos de autor. Especialistas, como investigadores da Universidade de Cambridge, apelam à criação de uma base legal clara que proteja os direitos de autor e que não dependa de compromissos voluntários.

A discussão sobre os direitos de autor na IA está a tornar-se cada vez mais uma questão política. Muitos profissionais criativos alertam para as consequências culturais e económicas a longo prazo, caso as propostas avancem. Uma carta aberta assinada por inúmeros artistas de renome apela ao governo britânico para reconsiderar os seus planos e encontrar soluções que conciliem a inovação com a proteção da criação artística. Ao mesmo tempo, especialistas como a professora Diane Coyle alertam que, sem normas obrigatórias de transparência e licenciamento, a confiança nas tecnologias de IA poderá continuar a deteriorar-se.

Os Novos Direitos de Autor na IA: O Que Representam os Planos da UE para a Música, a Arte e a Literatura
O que se torna evidente é que os direitos de autor na era da IA não são apenas uma questão legal, mas também uma questão social. A proteção da propriedade intelectual simboliza o valor que uma sociedade atribui à criatividade e ao mérito individual. Dada a rapidez com que a inteligência artificial está a evoluir, a forma como a Europa e o Reino Unido encontrarão este equilíbrio será decisiva para garantir que a inovação não acontece à custa de indústrias inteiras e dos meios de vida criativos.

Como Vês Tu o Desenvolvimento Deste Tema?
É claro que há muitas coisas interessantes a descobrir, incluindo ferramentas de IA muito úteis em várias áreas. Queremos melhorar estas ferramentas — ou seja, continuar a treiná-las — mas isso só será possível com material protegido? Ou deveríamos abandonar as inovações dos últimos anos e voltar a confiar mais na nossa própria criatividade e conhecimento?