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O debate atual em torno da indústria da música electrónica e do acesso ao sector ganhou novo fôlego com um inquérito recente conduzido pela Pete Tong DJ Academy. Em colaboração com o International Music Summit (IMS) em Ibiza, foram revelados os resultados de um extenso estudo baseado nas respostas de 15.000 DJs e produtores. Os números traçam um retrato claro de como muitos artistas emergentes sentem que são vistos dentro da indústria da música electrónica. A conclusão mais marcante é que a cena é frequentemente percebida como um “clube fechado”, onde as redes sociais são mais importantes do que o talento musical. Esta imagem coloca a indústria numa posição delicada.

Pré-requisito na Indústria da Música Electrónica: Sem Seguidores, Sem Carreira?
Esta perceção afeta cerca de 62 por cento dos inquiridos e reforça a ideia de que o acesso e o sucesso na indústria são fortemente determinados por fatores externos como alcance nas redes sociais, recursos financeiros e redes de contactos. O foco principal — a música — é mais uma vez relegado para segundo plano. Infelizmente.

Ao mesmo tempo, o estudo mostra que 61 por cento dos participantes acreditam que as redes sociais desempenham um papel ainda mais relevante no seu sucesso do que a sua arte musical propriamente dita. Esta realidade não é apenas frustrante, mas também tem impacto no bem-estar mental de muitos artistas.

Cerca de 52 por cento dos DJs e produtores inquiridos disseram sofrer de ansiedade ou exaustão, enquanto 31 por cento ponderaram desistir — ou efetivamente desistiram — das suas carreiras musicais no último ano. Estes resultados não pintam um quadro animador dos desafios que os jovens artistas enfrentam para conseguir visibilidade no sector. Existe também uma pressão constante para estar presente e “ir sempre mais além”.

As Redes Sociais como Fator de Carreira na Música Electrónica
Contudo, nem tudo é pessimista. Cerca de 35 por cento dos inquiridos estão otimistas e acreditam que a persistência e a resiliência podem, em última análise, levar ao sucesso. Esta atitude positiva sugere que, apesar dos obstáculos, ainda é possível conquistar um lugar na indústria da música electrónica.

Um exemplo é a nova Point Blank Music School em Londres. Com um campus de 1.765 metros quadrados em Shoreditch e 13 estúdios dedicados a DJing, produção musical e engenharia de som, a escola está a criar um ambiente especificamente concebido para apoiar jovens talentos. O objetivo é dar aos futuros produtores musicais a oportunidade de realizar o seu potencial criativo e facilitar a sua entrada no mercado.

Saúde Mental na Indústria da Música Electrónica: Tema em Destaque no IMS
Os resultados do estudo foram apresentados no IMS, que este ano tem como tema central a “Troca Intergeracional”, abordando questões como a saúde mental e o papel de géneros como jungle e drum ‘n’ bass no panorama musical. Em particular, a análise crítica do elitismo dentro da indústria da música electrónica é um dos pontos centrais.

Debates como este continuam a revelar o quão complexa e exigente é a realidade para muitos artistas e projetos emergentes que tentam vingar num mundo onde o desempenho nas redes sociais parece sobrepor-se à qualidade musical.