Bandas tributo... tributo ou pirataria?

António
entendo perfeitamente o teu ponto de vista. Só não concordo com este ponto:
Por esta razão, é muito comum pagar cachet a bandas de covers ou de tributo e dizer às bandas de originais que tocam "por exposição", ou seja, de borla.
Eu acho que deveria ser o contrário, não que as bandas tributo não fossem pagas, mas deveriam receber menos que uma banda que cria originais. Primeiro porque cria, logo trabalha e depois porque são originais. Vamos pôr as coisas neste termos, se fores comprar um quadro, o que é que te custará mais? Uma obra original ou uma cópia? Essa questão da exposição e "vir tocar apenas para publicidade" é um argumento já gasto, que serviu para a malta "empresária" não pagar. Houve até um desses empresários que me disse uma vez: 

"A minha clientela é gente que não percebe de música, se lhes pões uma banda de originais à frente ficam 5 minutos, se pões um gajo a cantar Pink Floyd tenho a casa cheia!".
Ou seja partem logo do principio que a clientela é estúpida e não sabe "ouvir" música... e também partem do princípio que os músicos são parvos e engolem essa treta da "visibilidade"... foi tempo!

 

MR. M., concordo totalmente com o teu princípio.
Sim, a música tem valor e deve ser paga. Sim, as bandas de originais têm um produto de maior valor, pois é uma criação original (passo a redundância).

Mas existe uma coisa chamada realidade.

O que o senhor do bar te disse é exatamente essa realidade. Por mais que goste de música, um empresário não investe num bar para não ter lucro. O negócio dele é vender bebidas, e se as bandas não mantêm os clientes no estabelecimento a consumir, ele vai ter prejuízo. Não é opinião do senhor, são números na faturação ao final da noite.
O nível de inteligência dos clientes é outro assunto, que acho não ter espaço neste debate.

Infelizmente, acho que existe um conflito de interesses. Uma banda de originais reivindica o seu direito a uma compensação adequada pelo seu trabalho criativo. O bar, por outro lado, procura obter lucro através da venda de bebidas. Portanto, para que este negócio se torne compatível, é necessário que a banda encontre uma forma de satisfazer o interesse do seu cliente, leia-se "dono do bar". Já sugeri a divulgação online como forma de garantir que haja uma base de seguidores suficiente que vá ao concerto e consuma, tornando o evento rentável. Porém, acredito que, com imaginação e com este "mindset" de procurar satisfazer as necessidades da entidade contratante, seja possível encontrar soluções mais imediatas. Há que inovar!

Antonio e MR.M.
a discussão está acesa e interessante, o que desde já é de louvar mas começa a sair um pouco do tópico inicial que é debater o fenómeno bandas tributo.
Entendemos que por vezes para se justificar um assunto tem que se chamar outro, mas pedimos que voltem ao assunto inicial.
Há um outro tópico iniciado no Fórum que talvez seja interessante seguir, sobre a questão dos bares e da remuneração dos músicos (ou criem um tópico novo):
www.mercadosonoro.pt/discussao-geral/31-tocar-de-borla-ou-quase-as-bandas-e-os-musicos-amadores

Obrigado pela compreensão e pela participação!

Obrigado pela moderação. Queremos este forum saudável

Concluo então desta forma: As bandas de tributo foram uma forma encontrada para colmatar o problema exposto. Um cartaz com uma banda de tributo atrai o publico que realmente tem interesse no evento publicitado e a probabilidade de permanecer até ao final e consumir o suficiente, para rentabilizar o evento, é mais alta.
Daí a crescente proliferação das mesmas.
Resulta. Simples 
 

Este é um fenómeno que acaba por se devorar a si próprio. Porquê? Porque nasce de um objectivo que é: lucrar no imediato sem muito trabalho. São fenómenos que crescem e proliferam desmesuradamente, levando a uma oferta excessiva e consequente cansaço e desinteresse por parte do público. E dou um exemplo: em grupos do Facebook assim de repente aparecem uma meia dúzia de anúncios para bandas tributo a Oasis! Já perceberam onde quero chegar?
E se os Smiths se reunirem, como há rumores, vão aparecer mais outras tantas a Smiths… e como alguém já disse “é uma concorrência feroz e quando a concorrência é feroz sai a qualidade do produto a perder!”

PS.: António, interessante observação em distinguir o que é musica e o que é entretenimento!

Peço desculpa se estiver a fugir ao assunto, mas não posso deixar de dizer que o bar cá da "parvalheira", o único que dá concertos ao vivo  só quer bandas de originais, e devo dizer que sempre que há concertso a casa enche, mesmo com bandas de que ninguém ouviu falar, e porquê? Porque sempre foi filosofia da casa afirmar um conceito e com isso fidelizar clientes, Se foi de um dia para o outro? Não, não foi mas compensou o investimento. Isto é que distingue quem está no ramo por filosofia de negócio e de vida e quem está só para o lucro! São escolhas!